IMOBILIDADE URBANA: SOLUÇÃOJÁ
A cada verão a cena se repete: longas filas de carros parados nas avenidas Paraguassu e Porto Alegre, na pista em direção a Tramandaí. O problema se agrava com o aumento da população fixa e de veranistas, e pouco ou nada é feito pelas administrações dos dois municípios, isto sem falar numa terceira ponte, que aliviaria o tráfego na ponte Giuseppe Garibaldi, única via de ligação entre Imbé e Tramandaí - a qual necessita de reparos ugentes antes que aconteça uma tragédia.
O professor André Baldraia, do Ceclimar, fez um estudo com o objetivo de ajudar a busca de uma solução para os problemas de mobilidade urbana das duas cidades. De acordo com o seu pensamento, é necessária uma parceria entre a sociedade e os dois municípios, através de conscientização ambiental e de uso consciente dos espaços públicos. Afinal, as cidades são dos dois municípios e os dois municípios tem o direito e dever de cuidar de suas respectivas cidades. Quando as populações urbanas se locomovem pelos espaços geográficos urbanos comuns aos dois municípios, interferem diretamente no bem-estar social destas duas cidades Imbé e Tramandaí. O prof. Baldraia deu o primeiro passo, sugerindo que os municípios formem uma equipe mista de gestores e técnicos para trabalhar na obtenção de dados e informações e criar um plano de mobilidade urbana. Nesta etapa é preciso identificar os problemas, definindo prazos e delegando responsabilidades a cada um. É importante que o conteúdo seja claro e acessível para toda a sociedade e o mais importante: o que pode e deve ser feito a curto prazo, sem custos para os municípios. Os municípios poderão avaliar se as ações implementadas estão surgindo efeito positivo ou negativo, pois temos que resolver uma equação que prejudica o direito de ir e vir na ponte Giuseppe Garibaldi, com atrasos, poluição do ar e sonora, engarrafamentos e demais problemas urbanos.ONDE A PONTE UNE O CAOS
André Baldraia (andre.baldraia@ufrgs.br)
Professor do Departamento Interdisciplinar do Campus
Litoral Norte da UFRGS
Membro da Associação Comunitária de Imbé - Braço Morto
Estamos nos
primeiros dias do Verão em 2021 e as ruas próximas à ponte Giuseppe Garibaldi,
que une os municípios de Tramandaí e Imbé, mostram-se congestionadas. Em certos
momentos do dia, o tempo de deslocamento é de uma hora, fora da temporada, o
mesmo percurso é realizado em poucos minutos. Que fazer?
Convém aos
executivos recém empossados perceberem que não há solução mágica, pois
vivemos numa sociedade que valoriza muito o automóvel, tampouco individual,
uma vez que os congestionamentos mais expressivos se encontram precisamente no
limite entre os municípios. Uma resolução passa por estudos de fôlego que podem
ser realizados no período fora de temporada e implantados quando a próxima chegar.
Se há caos na
mobilidade cotidiana, em ambos os lados da ponte, o ideal seria os titulares
das pastas que tratam da mobilidade urbana em cada um dos municípios traçarem
estratégias conjuntas para reduzirem os impactos dos congestionamentos. Para
iniciar, sugiro que sejam implantadas temporariamente pequenas
alterações que não solucionam, mas melhoram a circulação.
Antes de
avançar, um alerta: ações dessa natureza para obterem êxito precisam ser
trabalhadas junto à comunidade local e bem comunicadas ao público.
Objetivando
melhorar a circulação em Imbé, sugere que a prefeitura: 1) interrompa o tráfego
na rótula de entrada da cidade, 2) reduza o número de retornos na avenida
Paraguassu a 3) direcione os motoristas que visam seguir a Tramandaí que optem
pelas avenidas Santa Rosa e Garibaldi.
Com a
interrupção de tráfego na rótula entre as avenidas Tramandaí, Paraguassu e Rio
Grande, quem vem da praia e vai em direção à Tramandaí teria que ingressar na
avenida Paraguassu em direção a Xangri-lá e depois fazer um retorno em direção
à Tramandaí. A não interrupção do fluxo por causa da rotatória melhoraria o
fluxo na avenida Rio Grande e na própria avenida Paraguassú. Adicionalmente,
desde as cercanias da Orla e, especialmente ao final da Barra de Imbé, na
junção com a avenida Nilza Costa Godoy, a prefeitura deveria recomendar como
caminho para Tramandaí as avenidas Santa Rosa e Garibaldi, onde os tempos dos
semáforos deveriam ser ampliados para dar vazão aos veículos provenientes
dessas duas vias. Essas medidas confeririam maior fluidez à circulação para
quem chega a Imbé e para quem quer ir a Tramandaí. A
redução do número de retornos, objetiva desestimular os motoristas a buscarem
vias locais, no interior dos bairros, como rotas alternativas ao fluxo
direcionado pelo poder público.
Por outro
lado, para melhorar a circulação em Tramandaí, sugere que a prefeitura proíba o
estacionamento na avenida Fernandes Bastos, no sentido Tramandaí-Osório;
diminua os retornos da avenida Fernandes Bastos e feche o fluxo entre a ponte
Giuseppe Garibaldi e a Avenida Emancipação e entre a avenida da Igreja e a Av.
Fernandes Bastos.
Com a
proibição do estacionamento nessa via, abre-se uma faixa de rolamento à
circulação de veículos que fluiriam melhor em direção a Osório e a margem do
centro de Tramandaí. A redução do número de retornos, desestimula os motoristas
a buscarem vias locais, no interior dos bairros, como rotas alternativas ao
fluxo direcionado pela administração pública. E, por fim, os fechamentos de
fluxo: a) entre a ponte e avenida Emancipação impede o enfileiramento de
veículos que se forma porque muitos motoristas visam adentrar diretamente à
área central de Tramandaí e b) entre a avenida da Igreja e a avenida Fernandes
Bastos objetiva impedir o congestionamento na rótula entre as Avenidas da
Igreja e da Emancipação, melhorando a fluidez nessa área da cidade.
Tais
mudanças, aumentam o espaço percorrido e, eventualmente, o tempo de
deslocamento, mas conferem maior fluidez e segurança a todos.
Solução óbvia só não vislumbrada pelos gestores públicos interessados em construir uma nova ponte. Enquanto isso colhem-se moedas para auxiliar o hospital de Tramandaí...
ResponderExcluirA solução proposta pelo prof. Baldraia não demanda recursos financeiros para a sua implantação e pode ser realizada imediatamente.
ResponderExcluirA solução proposta interfere mais no trânsito de Tramandaí e certamente a PM de Tramandaí não terá disposição de realizar o impedimento de estacionar no lado direito da avenida Fernandes Bastos no sentido da ponte em direção ao município de Osório, pois poderia de desagradar alguns comerciantes.
Pois "Não se pode fazer omelete sem quebrar ovos"
Athos Stern, presidente da Associação Comunitária de Imbé-Braço Morto