AGRESSÕES AO MEIO AMBIENTE AMEAÇAM IMBÉ
A ACIBM – Associação Comunitária do Imbé Braço
Morto - é uma entidade civil sem fins lucrativos, apartidária, fundada em 1985
por moradores e veranistas do Braço Morto de Imbé para a defesa do meio
ambiente e outros interesses da comunidade.
O OBJETIVO DO PRESENTE TEXTO É DIVULGAR OS
PRINCIPAIS PONTOS ATACADOS PELA NOSSA ENTIDADE:
·
ENTIDADES
QUE DEVERIAM PROTEGER O MEIO AMBIENTE E NÃO ESTÃO COLABORANDO OU POR ACHAREM
QUE NÃO CABEM Á ELAS OU POR OMISSÃO
·
.
A PREFEITURA MUNICIPAL DE IMBÉ QUE AUTORIZA E REALIZA AS AGRESSÕES
A mais importante ação da ACIBM é o da defesa
do nosso rio Tramandaí, contra degradação de suas águas, que tem duas
principais origens: PRÁTICAS AGROPECUÁRIAS INADEQUADAS e AUSÊNCIA DE SANEAMENTO
BÁSICO.
1.
PRÁTICAS
AGROPECUÁRIAS INADEQUADAS
O uso cada vez maior de produtos químicos
(fertilizantes) durante o cultivo de determinados alimentos, provoca a poluição
do solo, que são agravados pela utilização de agrotóxicos (inseticidas e
herbicidas), que além de contaminar o solo, contaminam o lençol freático e
contribuem para a poluição do complexo lagunar-estuarino, que possui elevada
biodiversidade.
Até agora as práticas indevidas prosseguem sem
uma eficiente fiscalização e sem normas a serem respeitadas.
2.
AUSÊNCIA
DE SANEAMENTO BÁSICO.
O saneamento
básico é um conjunto de serviços de infraestrutura que engloba o abastecimento
de água, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e o manejo de resíduos
sólidos e a drenagem de águas pluviais.
O tratamento e disposição final de águas
pluviais urbanas continua sem solução, municípios continuam exportando poluição
e inundações para jusante.
A falta de saneamento básico e lixo jogado irão
continuar poluindo nossas águas e tornando as águas do nosso rio Tramandaí cada
vez mais vez mais degradadas.
Os planos e realizações das prefeituras
municipais dependem dos quadros técnicos, indispensáveis para a otimização de
recursos e resultados. A deficiência de fiscalização pelo corpo técnico
normalmente reduzido nas prefeituras municipais, apresentam um cenário
desolador.
Sem sustentabilidade, todos preocupamo-nos que
o litoral norte vai inchar e perder o encantamento, pensar a cidade a longo
prazo exige planejamento estratégico, o que não se tem observado e é preciso
criarmos uma sinergia para sairmos deste quadro.
2.1 SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
Por deficiência e inexistência de um sistema de
esgotos pluviais embasado em um levantamento plano-altimétrico observa-se os
grandes alagamentos. Estes grandes alagamentos submergem as fossas e sumidouros
do sistema de tratamento de esgotos unifamiliares, que após a drenagem de suas
águas, carreiam todos os resíduos da fossa e do sumidouro para o sistema de
drenagem pluvial, contaminando as águas do sistema de esgoto pluvial, que irá
desembocar no rio ou no mar.
A poluição hídrica corresponde ao
processo de poluição, contaminação ou deposição de rejeitos na água dos
rios, lagos, córregos, nascentes e mares.
2.2 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS – ETE
As ETEs têm apresentado problemas devido a
indefinição até o presente momento do destino de seu efluente final e
principalmente por atenderem zonas planas o que dificulta o bombeamento, sem
dizer que na realidade não funcionam na limpeza e purificação das águas que se
resumem a um foco concentrado de poluição junto a lagoas e rios.
Estações de tratamento como as de Cidreira e
Tramandaí funcionam precariamente e atendem poucas residências, mais com o
sentido de cobrar pelo esgoto do que como solução para a diminuição de poluição
na beira dos aquíferos, transferindo em muito a poluição para o ambiente pós
estação de tratamento. Nos anos 1988 ou 1989 os conselheiros Técnicos da CORSAN
indicados pelo Governo do Estado rejeitaram os projetos de esgotamento e
estações de Tramandaí e Cidreira por entenderem que eram problemáticos e tinham
muitas dúvidas quanto ao funcionamento, mas mesmo assim foram executados.
Hoje em dia a estação de bombeamento de
Cidreira quase que sistematicamente não funciona fazendo com que carros pipas
bombeiem o esgoto para seu interior e muitas vezes descarregam em áreas cuja
drenagem se dá para as lagoas.
3.
URBANIZAÇÕES JUNTO AO RIO TRAMANDAÍ
A urbanização amplia as vazões devido ao
aumento de áreas impermeáveis e redução de áreas verdes, tendo como resultado
tudo o que é gerado em sua área de abrangência é escoado para o leito do rio
Tramandaí. Dessa forma, o aumento da poluição produzidas e que chegam ao rio
quando corta as imediações das cidades do litoral norte, gera uma maior carga
de poluentes para o leito do rio.
RESULTADOS DA URBANIZAÇÃO
a) Impermeabilização
b) Assoreamento e lixo
c) Agressões em APP (Área de Preservação
Permanente junto ao rio Tramandaí) realizadas pela PM de Imbé.
As APP são definidas no Código Florestal e no
Rio Tramandaí variam ao longo dos trechos sendo na foz em torno de 200 m, onde
nada pode ser feito sem uma série de licenças.
A impermeabilização das APPs resulta na ação
antrópica em locais no qual não deveriam ter alterado as suas capacidades de
infiltração e proteção.
Remoção da vegetação junto a rios é visto como
um retrocesso, pois ela segurava a terra com suas raízes, impedindo o
assoreamento do rio, pois durante as chuvas a terra é escorrida para dentro do
rio, levando juntamente com ela todo o tipo de lixo orgânico ou inorgânico,
aumentando a poluição do nosso rio em constante degradação.
O adensamento populacional na APP, produzindo
lixo e com sua movimentação dificultando ou impedindo a recuperação da
vegetação que irá proteger as águas do rio e para garantir sua função precisa
ter chance de crescer.
Para garantir a proteção das águas e do meio ambiente estas
vegetações devem ser respeitadas.
O maior retrocesso é pessoas com bom nível de educação, apoiarem
alterações na legislação brasileira, que permitirão o abuso, a destruição desta
vegetação e a confirmação que no futuro lutaremos por obter a água em
quantidade e qualidade.
4.
AÇÕES
DESENVOLVIDA PELA PM DE IMBÉ CONTRA O MEIO AMBIENTE
ONTEM: ESTA FOTO REPRESENTA O QUE SE ENTENDE
POR CIDADE JARDIM COMO ERA CONHECIDO O IMBÉ
HOJE:
ESTA FOTO MOSTRA O DESRESPEITO À APP E FALTA DE PROFISSIONAIS COMPETENTES DA PM
DE IMBÉ
Obs.:
Vimos o ontem e agora, na madrugada, nos brindam com este deserto
HOJE:
REMOÇÃO DE TODO O GRAMADO DO CANTEIRO CENTRAL DA AV. OSÓRIO
Agora
nos brindam com uma Ilha de calor e impermeabilização dos solos
A PM DE
IMBÉ DESCONHECE O QUE É PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
A sua ocorrência está ligada à intensificação da
ocupação do solo urbano, principalmente por meio da construção de grandes
avenidas, grandes estacionamentos pavimentados, residências, prédios
comerciais e demais equipamentos urbanos.
A retirada da cobertura vegetacional,
junto com a construção de casas e estruturas diversas, resulta na dificuldade
de infiltração da água do solo. Logo, há um aumento da velocidade do fluxo da
água, que, por consequência, desencadeia eventos erosivos. Esse cenário resulta
em um aumento pontual da temperatura.
O crescimento exacerbado das cidades, a ausência
de áreas verdes e os grandes níveis de poluição são os principais
elementos disparadores desses fenômenos.
A ocupação desordenada dos centros urbanos,
marcada pela instalação de equipamentos nas margens dos rios e nas encostas,
resulta em grandes desastres naturais, frequentemente divulgados pela mídia.
Esses problemas ambientais ocorrem em grande escala pelo país e também
são fruto do grande desconhecimento presente
na sociedade brasileira. A ausência de
políticas de criação de áreas de proteção ambiental também influencia na
recorrência desses problemas.
Os problemas ambientais urbanos desencadeados são:
a perda da qualidade do ar, da água e do solo, a alteração das estruturas
biológicas desses sistemas ambientais, além da redução da biodiversidade e do impacto no hbitat de diversas espécies.
Sendo assim, há uma grande perda em termos ambientais, cenário que merece
preocupação, em especial devido ao conjunto de adversidades climáticas
vivenciadas na atualidade.
Vale destacar que os impactos ambientais positivos,
apesar de ocorrerem em mínima escala, AINDA EXISTEM. Ao construirmos uma área de proteção ambiental,
recuperarmos áreas degradadas, limparmos lagos e promovermos campanhas de
plantio de mudas, estamos também causando impacto no meio ambiente. Essas
medidas, no entanto, provocam modificações e alteram a qualidade de vida dos
humanos e de outros seres de uma maneira positiva.
A remoção da vegetação provoca uma grande perda da
biodiversidade assim como a perda do habitat de animais, pássaros (biguás no
topo das casuarinas), e plantas, e, ainda, impacta diretamente na elevação do
número de espécies em extinção. Assim, em
tempos de chuva, todo o lixo acumulado nas ruas e calçadas de todas as cidades
que o rio Tramandaí cruza, são escoados em direção ao curso do rio, que se
torna inutilizável com o decorrer do tempo.
São três tipos principais de poluição
urbana a serem combatidos ou reduzidos: a poluição do ar, a poluição
hídrica e a poluição e degradação dos solos. Atenuar os efeitos dessas ações
antrópicas no espaço das cidades é de fundamental importância para garantir
aquilo que se denomina por sustentabilidade urbana, ou seja, a
promoção de um desenvolvimento urbano que não comprometa o meio ambiente para
as gerações futuras, pois provocam modificações e alteram a
qualidade de vida dos humanos e de outros seres de uma maneira positiva.
Os fatores ausentes na estrutura do município de
Imbé e que devem ser objeto de exame, são os seguintes:
EXIGIR UM
MAIOR ENVOLVIMENTO DO PODER POLÍTICO NAS QUESTÕES AMBIENTAIS, NA ELABORAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS,
SANEAMENTO BÁSICO, NA CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAIS CAPACITADOS PARA TRABALHAR
NA ÁREA DE PLANEJAMENTO URBANO E ELABORAÇÃO DE UM PLANO DIRETOR CONSISTENTE,
BEM COMO, A CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL A LONGO PRAZO,
BUSCANDO SENSIBILIZAR A POPULAÇÃO QUANTO À IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS NO MUNICÍPIO.
5.
AÇÕES QUE A
PM DE IMBÉ DEVERIA DESENVOLVER PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Projetos de saneamento básico
Pode-se constatar uma série de fatores que
contribuem para a degradação do ambiente aquático do rio Tramandaí, entre eles
a pouca preocupação da Prefeitura Municipal de Imbé com o saneamento básico,
como os problemas decorrentes de enchentes, devido a obras serem realizadas sem
estudos técnicos, como o Levantamento Plano Altimétrico.
5.1 AUSÊNCIA DE UM PROJETO DE DRENAGEM PLUVIAL
Os governos sempre concentraram suas ações de
saneamento em água e esgoto, esquecendo-se da drenagem pluvial.
Assim, em tempos de chuva, todo o lixo acumulado
nas ruas e calçadas é escoado em direção ao curso do rio Tramandaí ou no mar. E
devido a ausência de um sistema de esgotos pluviais realizado com técnica,
produz alagamentos em várias áreas da cidade, submergindo fossas e
sumidouros das unidades unifamiliares e após o rebaixamento destes alagamentos,
as águas carreiam consigo os resíduos das fossas e dos sumidouros,
conduzindo uma poluição pelas ruas e poluindo o rio e o mar.
São resultado de décadas de abandono das ações
de drenagem urbana, iniciativas dos governos federal, estaduais e municipais
precisam vencer a inércia histórica com as obras para amenizar os efeitos das
enchentes e inundações.
A falta de vontade política, prioridade,
dedicação, mais recursos e revisão tecnológica das práticas de saneamento são
indispensáveis.
É necessário enxergar na renovação e
inovação - técnicas, políticas e institucionais - o melhor caminho na
busca de soluções para as cidades rumo a medidas mais sensatas e sustentáveis.
Podemos relacionar três fundamentos do novo
padrão: CONTENÇÃO DO PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO, IMPLANTAÇÃO DE PARQUES
LINEARES, E DISSEMINAÇÃO DE ÁREAS DE INFILTRAÇÃO. Juntas, essas medidas
diminuem o volume e o fluxo das águas pluviais, restabelecem a paisagem urbana,
com mais verde, melhoram a diversidade biológica, humanismo e conforto visual;
além de atenuar a violência com que as águas invadem o ambiente da cidade e
confrontam a fragilidade humana.
A impermeabilização. "CADA METRO QUADRADO
DE ÁREA IMPERMEÁVEL GERA 6,25 VEZES MAIS VAZÃO QUE UMA ÁREA PERMEÁVEL”
EXEMPLOS EM IMBÉ:
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO:
ENCHENTES.
Alagamento na Av. São Miguel desde a Av. Garibaldi em direção a Av. Não Me Toque. A falta de declividade nos
canais de drenagem e a condução da água para lagos internos são o problema.
Alagamento na Av. São Miguel desde a Av. Garibaldi em direção ao Lago do
Braço Morto. Projeto inadequado de drenagem.
Alagamento na interseção da Av. São Miguel com a Av. Garibaldi, em
direção ao mar. Outra área com projeto de drenagem totalmente contrário a norma
de dimensionamento, fato que encontramos em obra atualmente em execução, agora
em dezembro de 2021. Dinheiro mal aplicado.
Alagamento da Av. Garibaldi em direção a Av. Paraguassu. Área plana e
com declividade em direção ao mar.
INUNDAÇÃO + POLUIÇÃO HÍDRICA + COMPROMETIMENTO
DA QUALIDADE DA ÁGUA DO NOSSO RIO TRAMANDAÍ!
Conclusão:
Relacionando os danos ambientais decorrentes da
falta de AÇÕES QUE A
PM DE IMBÉ DEVERIA DESENVOLVER PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE:
O crescimento de uso e ocupação da bacia não vem acompanhado de
melhorias no sistema de drenagem ou de controle nas fontes geradoras de
deflúvios, pois, o que ocorria no passado de aproximadamente UM SEXTO DA
PRECIPITAÇÃO EM UMA ÁREA PERMEÁVEL, ESCOA COMO DEFLÚVIO, o restante infiltra no
solo e evapora já não mais reflete estes índices devido ao desmatamento. eliminação
de gramados que são substituídos por pavimentos impermeáveis (estacionamentos e
outras alterações).
A EMPRESA CONSULTORA QUE ESTÁ REALIZADO UM
DIAGNÓSTICO DA BACIA, DEVERÁ PROPOR O QUE DEVERÁ SER REALIZADO PELO COMITÊ.
Especialistas falam em jogo de empurra entre
prefeituras e empresas de saneamento, que fomenta soluções individuais e,
muitas vezes, danosas ao meio ambiente.
·
A poluição das águas pluviais encontra-se
na forma suspensa. Essas partículas em suspensão apresentam uma grande
quantidade de poluentes;
·
Tempos de chuva, todo o lixo acumulado
nas ruas e calçadas é escoado em direção aos corpos hídricos que desaguam no
rio o no mar;
·
Falta de um planejamento no destino de
resíduos sólidos também intensifica o problema;
·
Estações de tratamentos de esgotos
cloacais ainda não contam com o destino final dos efluentes da estação,
depositando todo o material em lagoas e rios, no caso das cidades do litoral
norte, comprometendo a disponibilidade de água potável e prejudicando a
preservação de espécies animais e dos ecossistemas;
·
Os custos para a despoluição completa do
rio Tramandaí tornam-se impraticáveis para as administrações públicas;
·
As
administrações públicas do litoral norte não têm conhecimentos e nem estrutura
técnica para enfrentar os danos ambientais e muito menos encontrar uma solução.
O que torna o problema ainda mais grave no espaço geográfico urbano;
·
Ausência de políticas de reciclagem ou
reaproveitamento dos materiais descartáveis.
AUSÊNCIA DE UM SISTEMA DE
TRATAMENTO DE ESGOTOS CLOACAIS.EM IMBÉ
Imbé não
possui Sistema de Tratamento de Esgotos Cloacais, conduzindo todos esses
efluentes para o rio Tramandaí e para o mar, comprometendo a disponibilidade de água potável, prejudicando a
preservação de espécies animais e dos ecossistemas.
CONCLUSÃO FINAL:
Entidades que deveriam proteger as águas do rio
Tramandaí, não estão colaborando ou por acharem que não cabem a elas ou por
omissão.
Vejam o que ocorre hoje na Área de Preservação
Permanente, junto as margens do rio Tramandaí:
·
Como foi autorizada a construção do
edifício de 15 andares sobre esta Área de Preservação Permanente - APP?
·
Como foi autorizada a construção sem
apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental – EIA?
·
Como foi autorizada a construção sem
apresentação e divulgação do Estudo do Impacto vizinhança - EIV?
·
Como foi autorizada a construção sem a
existência do Sistema de Tratamento de Esgotos?
·
Como foi autorizada a construção sem a
existência de sistema de esgotos pluviais?
·
Como foi autorizada a construção através
de um Plano Diretor do Município de Imbé em desacordo com o Estatuto da Cidade?
·
Além dessas muitas outras perguntas ainda
serão levantadas e como estas já feitas, sem justificativa técnica concreta.
Apresentamos mais um dano:
·
COMO A PM DE IMBÉ FOI AUTORIZADA PARA DAR
INICIO AO DENOMINADO “SERVIÇO DE REVITALIZAÇÃO”?
A ACIBM consultou uma
especialista florestal que fez as seguintes observações:
Atualmente, alguns
especialistas consideram a casuarina a única alternativa real para arborização
de praias expostas a ventos e à salinidade intensa.
Uma grande
característica dessa espécie arbórea é
que ela MELHORA
A QUALIDADE DO
SOLO. A casuarina fixa
nitrogênio atmosférico através de nódulos bacterianos e de fungos do tipo
micorriza que existem em
suas raízes. Esses
fungos ajudam na absorção
dos nutrientes disponíveis no
solo.
As raízes da casuarina
são muito resistentes a ventos e à salinidade, se acostumam com solos
salinos e suportam
pouca chuva, e até
prosperam em ambientes
costeiros, pois possuem numerosas
raízes estendidas lateralmente no nível da superfície, que fornece um suporte
firme.
Suas folhas são
botanicamente chamadas de “escamiformes”, agrupadas em rosetas e isso facilita
enormemente a sua resistência aos ventos e à salinidade.
A casuarina pode ser
muito bem utilizada na arborização, parques, bosques litorâneos, cercas vivas (sebes)
e em
alguns países, a casuarina
é comumente utilizada
para fixação de
dunas e reflorestamento de
terras intervencionadas ou como QUEBRA-VENTOS em campos agrícolas. Em algumas
localidades costeiras, as casuarinas são usadas simplesmente como cortina de
quebra-vento, a fim de evitar a ação de ventos fortes
Esta espécie além de
seu uso como barreira contra vento é largamente utilizada para CONTROLE DE
EROSÃO AO LONGO DE COSTAS ARENOSAS, DUNAS E MARGENS DE RIOS. O gênero é muito
importante para reabilitação de terras degradadas e naturalmente estéreis.
Se o objetivo é o de
restaurar a área que a PMI desmatou com espécies arbóreas das matas litorâneas
de restinga, isto muito provavelmente implicará num alto custo financeiro. Isto
também vale para o plantio de espécies frutíferas, tanto nativas (pitangueira,
guabiroba, araçá) quanto exóticas (laranjeira, limoeiro, lima-da-pérsia). Além
disso, a boa técnica recomenda que qualquer plantio seja iniciado antes da
supressão total da vegetação arbórea já existente, ainda mais em locais
“desafiadores” como o litoral gaúcho, acossado por ventos fortes, constantes e
salinos e com seu solo sendo constituído por areia de baixíssimo conteúdo
nutricional para a vegetação em geral. Neste contexto, uma espécie como a
casuarina enriquece o solo e oferece uma certa proteção às condições claramente
inóspitas da região.
Outro exemplo clássico
é o da “praça” em frente ao Hotel Samburá, na Av. Beira-Mar. Esta praça era
relativamente bem arborizada com casuarinas na década de 90. Elas foram
cortadas por serem “espécie exótica”? Pois bem, hoje não há mais NENHUMA árvore
no local que pudesse oferecer algum abrigo nos escaldantes dias de verão, não
só para a população humana como também para a avifauna, para a qual só restaram
os postes e transformadores da iluminação pública quando querem construir seus
ninhos.
O fato é que o
argumento de “espécie exótica”, corriqueiro no Brasil, acaba sendo utilizado
para suprimir a vegetação arbórea e substituí-la por prédios, asfalto e
concreto. Isso, por sua vez, torna o ambiente urbano cada vez mais inóspito,
seco e quente. E sujeito a enxurradas e alagamentos, conforme já descrito
anteriormente.
Em suma, como estamos
vendo no Imbé, e de forma geral no Brasil, desmatar é “fácil” e “barato”,
enquanto que recompor a vegetação arbórea em áreas que haviam sido arborizadas
com casuarinas nas décadas de 60 e 70 certamente será caro e trabalhoso. Portanto,
a PMI terá que contar tanto com recursos orçamentários de monta para dar conta
desta demanda, bem como com profissionais competentes e dedicados a esta tarefa
(que está sendo demonstrado não possui profissionais competentes). As
casuarinas, que teriam feito “de graça” o trabalho de quebra-ventos para o
eventual plantio de enriquecimento florestal com espécies nativas, agora terão
que ser substituídas por por alguma intervenção “artificial” (como paliçadas)
que torne o ambiente mais adequado para formas vegetais de grande porte. O solo
arenoso, agora mais desprotegido e sujeito à erosão eólica e hídrica, também
terá que ser enriquecido artificialmente. É bom que se tenha clareza de que
tudo isso implica, de forma direta ou indireta, num aumento de custos
financeiros para o contribuinte de Imbé.
E NO CASO DAS
AGRESSÕES AO MEIO AMBIENTE QUE IRÁ COMPROMETER A QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO
TRAMANDAÍ, NÃO ESTARÁ FALTANDO A PARTICIPAÇÃO DO GUARDIÃO DAS ÁGUAS DO RIO
TRAMANDAÍ?
A POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS
HÍDRICOS RESSALTA QUE OS INSTRUMENTOS DE CONTROLE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
DEVEM SER UTILIZADOS DE FORMA COMPLEMENTAR AOS INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTO
DOS RECURSOS HÍDRICOS E OS RESULTADOS DEMONSTRAM QUE O PLANO DE BACIA
HIDROGRÁFICA PODE CONTRIBUIR COM DIRETRIZES À GESTÃO MUNICIPAL.
“É NOS MUNICÍPIOS QUE AS MUDANÇAS SÃO FAVORÁVEIS, ATRAVÉS DE PROCESSO DE
CONSCIENTIZAÇÃO DAS COMUNIDADES, SEMPRE FAVORÁVEL A UMA MAIOR PARTICIPAÇÃO NOS
PROBLEMAS SOCIAIS E DE OUTRAS NATUREZAS, PRINCIPALMENTE QUANDO OS ATINGEM”.
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