ADMINISTRANDO NA CONTRAMÃO
Em Torres, o prefeito defende o aumento do limite para edificações ao longo da Praia Grande e outras praias do município. Capão da Canoa já chegou ao limite e as construtoras se voltam a praias vizinhas para continuar fazendo edifícios além do suportável nas cidades. Em Imbé as árvorss de áreas públicas estão sendo cortadas, e uma lei municipal obriga os moradores a substituir a grama das calçadas por cimento ou lajotas.
O engenheiro e professor aposentado da Escola de Engenharia da Ufrgs Athos Stern, atento ao que acontece no mundo atual, fustigado pelos efeitos das mudanças climáticas, analisa o assunto num artigo baseado em recomendações da Comissão Europeia para o Meio Ambiente. É preciso pensarmos o que está havendo no nosso litoral, e agir para que a degradação ambiental não continue.
AS PREFEITURAS DO LITORAL NORTE ESTÃO CERTAS AO IMPERMEABILIZAR SOLOS, REMOVER AS CASUARINAS E ESTIMULAR A CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS, CAUSANDO O ADENSAMENTO POPULACIONAL ?
A COMISSÃO EUROPEIA PARA O MEIO AMBIENTE RECOMENDA O OPOSTO.
SERÁ QUE ELA ESTÁ ERRADA?
A impermeabilização dos solos pode exercer grandes pressões nos recursos hídricos e conduzir
a alterações no estado ambiental das bacias hidrográficas, que podem AFETAR OS
ECOSSISTEMAS E OS SERVIÇOS QUE FORNECEM RELACIONADOS COM A ÁGUA.
Um solo plenamente funcional pode armazenar cerca de 3750 toneladas de água por hectare ou quase
400 mm de precipitação. A impermeabilização reduz a quantidade de água da chuva que pode
ser absorvida pelo solo e, em casos extremos, pode impedir totalmente a absorção. A infiltração
da água da chuva nos solos pode aumentar significativamente o tempo que a água demora a
chegar a rios, REDUZINDO O VOLUME DO CAUDAL MÁXIMO E, POR CONSEGUINTE, O
RISCO DE INUNDAÇÕES. Grande parte da água contida
no solo está disponível para as plantas, reduzindo a incidência de secas, evitando assim a
necessidade de irrigar e diminuindo os problemas da salinização na agricultura. Além disso, uma
maior infiltração de água pode reduzir a dependência de instalações de armazenamento artificial
para a recolha nos picos de precipitação. Desta forma, A CAPACIDADE DO
SOLO (E DA VEGETAÇÃO QUE NELE CRESCE) PARA CONSERVAR A ÁGUA É
APROVEITADA PARA ARMAZENAR TEMPORARIAMENTE ÁGUA EM VEZ DE RECOLHER,
CANALIZAR E TRATAR ÁGUAS DE ESCOAMENTO. Pelo contrário, nas cidades com um
elevado grau de impermeabilização dos solos, o sistema de esgotos pode PERDER A
CAPACIDADE DE SUPORTAR O ELEVADO FLUXO DE ESCOAMENTO DA ÁGUA, PODENDO
CAUSAR INUNDAÇÕES À SUPERFÍCIE.
Um solo com vegetação absorve uma quantidade de chuva muito maior que um solo coberto com um material impermeável ou semi-impermeável, embora as árvores interceptem muita da água que cai, que pode evaporar-se antes sequer de atingir o solo. O excedente de água que não é absorvida ou que só se liberta lentamente através do solo ou dos aquíferos converte-se em escoamento superficial nas encostas ou cria lagoas nas bacias hidrográficas.
GRANDES VOLUMES DE ÁGUAS PLUVIAIS CONTAMINADAS NÃO PODEM SER FILTRADOS PELO SOLO E ACABAM POR CONTAMINAR RIOS, LAGOS E HABITATS AQUÁTICOS, E CONTRIBUÍREM PARA INUNDAÇÕES. Esta situação está a tornar-se cada vez mais problemática em grandes zonas de solo impermeabilizado que podem concentrar os poluentes na água.
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
A perda de superfície de evaporação e de coberto vegetal provocada pela impermeabilização dos
solos pode, assim, contribuir para ALTERAR AS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS LOCAIS e
tornar-se num problema grave em climas áridos.
IMPACTO NA BIODIVERSIDADE
As estruturas lineares de impermeabilização podem atuar como mais uma FORTE BARREIRA À
VIDA SELVAGEM, interrompendo vias de migração e afetando os habitats. Podem ser mais
nocivas que uma configuração compacta numa superfície plana, por ser mais suscetível de
constituir um obstáculo artificial à migração de organismos. A fragmentação da paisagem
causada pelas estruturas lineares e pela expansão urbana pode ter outros efeitos negativos,
como uma REDUÇÃO GLOBAL DA DIMENSÃO E PERSISTÊNCIA DE POPULAÇÕES DE VIDA
SELVAGEM, ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, AUMENTO DA POLUIÇÃO E DO RUÍDO DO
TRÁFEGO, CONTRIBUINDO PARA AUMENTAR A PERDA DE BIODIVERSIDADE.
A decisão é de cada morador se faz ou não calçada em frente a sua residência e nunca por imposição de uma câmara de vereadores ou do executivo. O proprietário que for pressionado pela Prefeitura, se não quiser, deve entrar na justiça para conseguir a aprovação de suas necessidades independente de uma legislação coercitiva.
ResponderExcluirSe houver necessidade de regularizar seu imóvel, é exigido a execução de 2,00m de largura em toda a extensão da sua calçada, sem o que não fornecem a documentação para apresentar no Cartório de Registro de Imóveis.
ResponderExcluirEntão somos obrigados a impermeabilizar nossa calçada ou como o "Anônimo diz" entrar na justiça!