O CIMENTO ESTÁ COBRINDO IMBÉ
A desertificação ou perda de solo fértil e produtivo é um dos problemas que se torna mais grave
na crise climática vivida pelo planeta, pois ao reduzir o número de árvores o efeito estufa aumenta. Sem florestas a vida na Terra não seria possível. Estas, junto com os oceanos, são o pulmão do planeta e sua função é vital na luta contra as mudanças climáticas, pois absorvem anualmente cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2, o principal gás de efeito estufa é o grande culpado pelo aquecimento global. A importância e o valor desses ecossistemas terrestres são tão INQUESTIONÁVEIS que seu cuidado e respeito fazem parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Mais concretamente, o ODS 15: Vida terrestre busca proteger, restaurar e promover seu uso sustentável.
De acordo com o Relatório Avaliação Global de Recursos Florestais 2020 (FAO), elas abrigam 75
por cento das aves. Sua degradação e desaparecimento condena centenas de espécies à extinção,
apesar dos esforços dos conservacionistas.
A Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2030 prevê o plantio de pelo menos 3
bilhões de árvores em território europeu a fim de contribuir para a proteção da biodiversidade.
AS ÁRVORES, AO FREAREM A ENERGIA DOS VENTOS E A FORÇA DAS CHUVAS,
PROTEGEM O SOLO DA EROSÃO. Os solos erodidos e inférteis prejudicam a agricultura e
favorecem os deslizamentos de terra e as inundações repentinas.
A Prefeitura Municipal de Imbé deveria evitar a impermeabilização do solo através de:
Limites para controlar a ocupação do solo
Eficiência dos planos diretores para um crescimento urbano planejado
Criação de Cinturões Verdes
Revitalização de antigos terrenos
com o objetivo de
Restabelecer a perda de biodiversidade
Reverter a erosão do solo e reviver as bacias hidrográficas
Reduzir o dióxido de carbono no ar
Cuidar da saúde do ser humano
Neste post, vamos contar a você um pouco mais sobre a impermeabilização, porque ela é feita e
por quais razões pode ser prejudicial para o meio ambiente e para todas as formas de vida
(inclusive para nós, seres humanos).
ASFALTAMENTO, CALÇAMENTO DE RUAS E CALÇADAS SÃO EXEMPLOS
DE AÇÕES QUE IMPERMEABILIZAM O SOLO.
A terra (solo) e as plantas são de grande ajuda para evitar os problemas decorrentes da
impermeabilização do solo. Sua capacidade de absorver a água pode minimizar ou até impedir o
acúmulo que acaba por transformar ruas em rios, carregar carros e até vitimar seres vivos.
NAS CIDADES, DE UM MODO GERAL, É IMPORTANTE QUE CANTEIROS E OUTRAS ÁREAS DE VEGETAÇÃO, COMO ÁRVORES E ARBUSTOS NAS CALÇADAS, SEJAM MANTIDOS.
É preciso fazer o possível para contar com a ajuda do solo não-impermeabilizado e das plantas.
Tudo aquilo o que é absorvido pela terra e pelas plantas não chega às ruas e calçadas em busca de
um bueiro.
O que a PM de Imbé tem realizado na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável dos países mais avançados:
A remoção das casuarinas, sem a reposição de outras vegetações, torna a margem mais
árida e contribui para a formação de ilhas de calor.
A comunidade usufruía da sombra das Casuarinas
A obra removeu casuarinas e grama, que agora são substituídas por cimento
1. RESULTADOS DA REMOÇÃO DAS CASUARINAS:
Perda do abrigo e ninhais de aves como Biguás e outros pássaros, destruindo ovos e
possivelmente os filhotes,
Estas Casuarinas ao frearem a energia dos ventos e a força das chuvas, protegiam o solo
da erosão permitindo o replantio de árvores nativas, espécies prometidas pela PM de Imbé
de árvores frutíferas e vegetação panorâmica, acrescidas da sua GRANDE CAPACIDADE
DE RECUPERAR SOLOS MARGINAIS,
Atualmente, especialistas consideram a casuarina a única alternativa real para arborização
de praias expostas a ventos e à salinidade intensa como ocorre em Imbé, na margem do rio
Tramandaí,
Mas também seriam adequadas a proteger as margens do rio Tramandaí contra erosão,
evitando também que os lixos de ruas, e calçadas sejam carreados para o rio, evitando a
poluição do mesmo.
2. EM TROCA, UMA GRANDE ILHA DE CALOR
A REVITALIZAÇÃO DA ORLA DO RIO TRAMANDAÍ NADA É MAIS DO QUE A IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO, através de ciclovia, passeio público com pavimento de blocos de concreto junto ao muro de contenção do rio e ao lado da via. Piso tátil, academias ao ar livre, playground e pergolados com bancos.
REVITALIZAÇÃO = IMPERMEABILIZAÇÃO
ESTACIONAMENTO
O estacionamento será uma faixa pavimentada de 34,40m, ou seja 100% impermeabilizada, incluindo as faixas já pavimentadas em blocos de concreto, ou seja, da margem da avenida e da margem do rio Tramandaí.
Portanto, uma definição perfeita de ILHA DE CALOR
.
FAIXA FRENTE À IMOBILIÁRIA SILVA BATISTA
Esta faixa possui uma largura contendo as pavimentações em bloco de concreto já
realizadas em um total de 47.70m, portanto, sem ocupar a área interna já se
encontra 20% impermeabilizada.
No entanto, colocando o previsto pela Prefeitura Municipal de Imbé: piso tátil,
academias ao ar livre, playground, pergolados com bancos, passeios, etc., ainda não
temos condições de verificar a que percentual de impermeabilização se chegará.
FAIXA JUNTO AO HELIPORTO
Esta faixa possui uma largura de 57,60m incluindo as pavimentações já realizadas,
ou seja, sem as obras previstas pela Prefeitura Municipal de Imbé já temos 16%. No
entanto, colocando o previsto pela PM de Imbé, não temos ainda condições do total
que será impermeabilizado.
CONCLUSÕES:
Em síntese, a tal de “Revitalização da Orla do rio Tramandaí” em execução pela Prefeitura
Municipal de Imbé, sem ouvir o que a comunidade deseja, CONFORME ESTABELECE A LEI
ESTATUTO DA CIDADE, vem a se constituir no inverso do que propõe os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável e, portanto, DESRESPEITO A COMUNIDADE E A LEI!
Elevar a permeabilidade do solo e controlar a temperatura e a umidade do ar DEVERIA SER
UMA META da Prefeitura Municipal de Imbé.
NO ENTANTO, a ausência de arborização somada a outros fatores como elevada concentração
de asfalto e concreto produzem “ilhas de calor”, que são áreas de baixa umidade relativa e alta
temperatura. As árvores são contribuintes chaves para a moderação dos extremos climáticos.
A preservação da arborização urbana é objeto de legislação específica, estando prevista na
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225 que diz “TODOS TÊM DIREITO AO MEIO
AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO, BEM DE USO COMUM DO POVO E
ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA, IMPONDO-SE AO PODER PÚBLICO E À
COLETIVIDADE O DEVER DE DEFENDÊ-LO E PRESERVÁ-LO PARA AS PRESENTES E
FUTURAS GERAÇÕES”
A MARGEM ESQUERDA DO RIO TRAMANDAÍ DEVE VOLTAR A SER ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADA, BEM DE USO COMUM DO POVO E
ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA.
CABE AO PODER PÚBLICO A OBRIGAÇÃO DE RESTITUÍ-LO E PRESERVA-LO PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES!
Excelente a apresentação pragmática do assunto.
ResponderExcluirExiste no plano diretor uma obrigatoriedade de cimentar as calçadas. O verde vai desaparecer dando lugar a aridez do cimento. Se por qualquer circunstância for necessário um “habite-se” somente com calçada de cimento. Deve ter sido grande o lobby dos empreiteiros e revendas de materiais de construção, junto aos vereadores e prefeito.