O IPHAN E A PESCA COLABORATIVA
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) promoveu em Laguna/SC, nos dias 17 e 18 de outubro passado, o seminário "Patrimônio Cultural do Brasil: Pesca Artesanal Colaborativa entre Humanos e Botos".
A Associação Comunitária de Imbé-Braço Morto,convidada a participar do evento, foi representada pelo seu ex-presidente Athos Stern. Um dos palestrantes, também convidado pelos organizadores, foi o professor Ignacio Bentes Moreno, do CECLIMAR da Universidade Federal do RS, UFRGS, consultor ambiental da associação. Pescadores de Imbé também participaram do evento, relatando sua experiência com os botos da barra do rio Tramandaí.
A palestra do prof. Athos (texto abaixo) foi entregue ao presidente do IPHAN para análise, .
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EVENTO
PATRIMONIO CULTURAL DO BRASIL EM LAGUNA/SC
A Associação Comunitária do Imbé
Braço Morto – ACIBM, a mais antiga do litoral do Rio Grande do Sul e talvez do
Brasil (1985), encaminha as recomendações de salvaguarda da Pesca Colaborativa em
Laguna/SC e foz do Rio Tramandaí/RS. Estas recomendações referem-se à proteção
da Pesca Artesanal Colaborativa entre humanos e botos.
O objetivo de sua
participação no evento Patrimônio Cultural do Brasil em Laguna /SC é encaminhar
ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, pedido para que a pesca
artesanal com o auxílio dos botos em Laguna
e na foz do rio Tramandaí seja reconhecida pelo IPHAN como
patrimônio cultural e imaterial
brasileiro e o fato de obtermos o
reconhecimento dessa prática ajudará a
preservar essa tradição única e fortalecerá a identidade cultural das
comunidades de pescadores de Laguna e da foz do rio Tramandaí, além do ecossistema local.
1. APRESENTAÇÃO
DE DIAGNÓSTICO DE RISCOS E AMEAÇAS À CONTINUIDADE DA PESCA COLABORATIVA
A seguir uma relação riscos e
ameaças:
·
Urbanização desordenada
·
Tráfego intenso
·
Ausência de controle da qualidade da água
·
Falta de fiscalização
·
Ausência de controle da poluição sonora
·
Danos produzidos pelo trânsito pesado sobre a
ponte em área de pesca colaborativa
·
Poluição ambiental produzida por embarcações em
área de pesca colaborativa
DESCRIÇÃO DOS RISCOS E AMEAÇAS
URBANIZAÇÃO DESORDENADA
A urbanização desordenada afeta a fauna marítima, como a
destruição de habitat naturais, a poluição da água e a pesca excessiva de
acordo com um antigo pensamento verde.
A pesca
comercial moderna registra mais de 32 milhões de toneladas de peixes capturados
a cada ano. Além de usar um
sonar de localização de animais, os navios usam redes de arrasto, redes de
deriva, palangres e o resultado disso é a sobre-pesca, que ocorre quando mais
peixes são capturados do que a população pode repor através da reprodução
natural.
Em 2017, a União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) listou 455 espécies de
peixes criticamente ameaçadas de extinção, incluindo 87 marcadas como
possivelmente extintas. Quanto menos
peixes no oceano, menos alimento os animais marinhos maiores têm para
sobreviver, levando a um desequilíbrio nas teias alimentares.
TRÁFEGO INTENSO RODOVIÁRIO
A emissão de gases do tráfego intenso pode causar
danos à vida marinha, especialmente em áreas costeiras e portuárias, além disso
a poluição do ar pode afetar a qualidade da água e prejudicar a saúde dos
animais marinhos. A poluição do ar também pode contribuir para o aquecimento
global, que tem impactos significativos na vida marinha, como o aumento da
temperatura da água e a acidificação dos oceanos.
FALTA DE FISCALIZAÇÃO
A falta de fiscalização em áreas de pesca
colaborativa pode produzir danos à vida marinha, como a pesca predatória e
insustentável, pesca ilegal feita sem qualquer regulamentação, que traz ameaças
adicionais à vida marinha. As “Redes Fantasmas” que são soltas por pescadores
ilegais, quando precisam fugir da fiscalização e mais tarde acabam se prendendo
aos animais marinhos, podendo leva-los à morte. Estas “Redes Fantasmas”
capturam anualmente mais de 100 mil baleias, golfinhos, focas e tartarugas,
entre outros animais.
AUSÊNCIA DE CONTOLE DA QUALIDADE DA ÁGUA
A ausência de controle das águas pode causar
vários danos ao sistema aquático. Aqui estão alguns exemplos:
Esses
são apenas alguns exemplos dos danos que podem ser causados ao sistema aquático
pela ausência de controle das águas.
Existem
várias maneiras de reduzir a poluição da água em áreas de pesca colaborativa:
Essas medidas podem ajudar a proteger as áreas de
pesca colaborativa da poluição da água.
A poluição da água é um problema sério que afeta a
qualidade da água e a vida marinha em áreas de pesca colaborativa. Mais dicas
de reduzir a poluição da água são:
·
Evitar o uso de fertilizantes e pesticidas: Esses produtos podem ser
carregados pela chuva e contaminar a água, prejudicando os peixes e outros organismos.
- Controlar
a erosão do solo: A erosão pode causar o assoreamento dos rios e lagos, reduzindo a
profundidade e a oxigenação da água, o que afeta a pesca.
- Tratar
os esgotos domésticos e industriais: O lançamento de esgotos sem tratamento na
água pode causar a proliferação de algas e bactérias, que consomem o
oxigênio e liberam toxinas, prejudicando os peixes e outros animais.
- Educar
a população sobre a importância da conservação da água: A conscientização da
população sobre os benefícios da pesca colaborativa e os riscos da
poluição da água pode incentivar o uso racional e sustentável dos recursos
hídricos.
- Fiscalizar
e punir os infratores: A aplicação de leis e normas ambientais pode coibir as práticas
que poluem a água, como o desmatamento, o lixo, o esgoto, etc.
Essas medidas podem ajudar a proteger as áreas de
pesca colaborativa da poluição da água.
AUSÊNCIA
DE CONTROLE DA POLUIÇÃO SONORA
A poluição sonora pode ter vários efeitos na
vida marinha, incluindo a pesca colaborativa. Aqui estão alguns dos impactos
potenciais:
·
Alimentação: A exposição ao ruído pode resultar em menos alimentação.
Esses
efeitos podem ter implicações significativas para a pesca colaborativa, pois
podem afetar a capacidade dos peixes de encontrar alimentos, evitar predadores
e se comunicar uns com os outros.
Uma pesquisa desenvolvida por
cientistas da Reserva Natural de Karadag, na Crimeia (Rússia), revelou que
golfinhos são capazes de se comunicar quase como seres humanos. O estudo
observou que os animais têm comunicação altamente desenvolvida, como se
conversassem uns com os outros.
Segundo os cientistas, esses animais emitem um conjunto de sons, equivalentes a
cinco palavras, que são ouvidos por completo por outros golfinhos antes de
serem respondidos. Ou seja, é como se os animais estabelecessem um diálogo.
"Essencialmente, essa troca de parece com uma conversa entre duas pessoas.
Podemos considerar que cada som representa um fonema ou uma palavra da
linguagem falada dos golfinhos" escreveu Vyacheslav Ryabov, um dos autores
do estudo.
Para realizar a pesquisa, os
cientistas observaram dois golfinhos (um macho e uma fêmea) durante 20 anos em
uma piscina. No local, que mede 27 metros por 9,5 metros e tem 4 metros de profundidade,
os pesquisadores instalaram um equipamento capaz de captar os sons emitidos
pelos golfinhos e, a partir daí, conseguiram identificar os padrões de
comunicação.
"Essa linguagem apresenta
todo o desenho existente na língua humana falada, isso indica um alto nível de
inteligência e consciência nos golfinhos. Essa linguagem pode ser considerada
altamente desenvolvida, semelhante à comunicação humana", afirmou a
pesquisa.
Apesar de semelhante à
linguagem humana, a fala dos golfinhos infelizmente não está disponível para os
nossos ouvidos. Os pesquisadores explicam que por estarem em uma frequência
diferente daquela captada pela audição humana, o que nos impossibilitaria de
ouvi-la.
Outro estudo publicado na
revista Biology Letters aponta que a poluição sonora afeta o comportamento de
muitas espécies de anfíbios, pássaros, peixes, mamíferos e répteis
"O estudo fornece
evidências significativas de que a poluição sonora deve ser considerada uma
forma séria de mudança e poluição ambiental provocada pelo homem, ilustrando
como isso afeta espécies aquáticas e terrestres", afirmou em comunicado Hansjoerg
Kunc, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Queen's Belfast, que
é autor da pesquisa.
A poluição sonora é uma forma de poluição ambiental
que tem impactos significativos na vida selvagem. Ela pode interferir na
comunicação entre os animais, afetar seus padrões de migração e até mesmo
prejudicar sua saúde.
No caso das espécies aquáticas, a poluição sonora
pode ser particularmente prejudicial. Muitas espécies marinhas dependem do som
para se orientar, encontrar alimento e se comunicar. A poluição sonora pode
interferir nesses processos vitais e ter impactos negativos na sobrevivência e
no sucesso reprodutivo dessas espécies.
Da mesma forma, muitas espécies terrestres também
são afetadas pela poluição sonora. Por exemplo, algumas espécies de pássaros
dependem de cantos complexos para atrair parceiros e defender territórios. A
poluição sonora pode mascarar esses cantos e tornar mais difícil para os
pássaros se comunicarem efetivamente.
Portanto, é crucial que tomemos medidas para
reduzir a poluição sonora e minimizar seu impacto na vida selvagem.
DANOS
PRODUZIDOS PELO TRÂNSITO PESADO SOBRE UMA PONTE EM ÁREA DE PESCA COLABORATIVA
O trânsito pesado sobre uma ponte em uma área
de pesca colaborativa pode ter vários impactos negativos:
·
Poluição da água: O escoamento da
superfície da ponte pode conter poluentes, como óleo e resíduos de pneus, que
podem entrar na água e afetar a vida marinha.
·
Impacto visual: A presença de uma
ponte e o trânsito pesado podem alterar a paisagem natural, o que pode ter um
impacto sobre a experiência da pesca colaborativa.
·
Barreira física: A ponte pode atuar
como uma barreira física, potencialmente alterando os padrões de migração dos
peixes e outros animais marinhos.
·
Impacto nas operações de pesca: O trânsito pesado
pode dificultar o acesso à área de pesca, especialmente se a ponte for a
principal via de acesso.
Esses
impactos podem ter implicações significativas para a eficácia e a experiência
da pesca colaborativa.
Os danos provocados por um
intenso tráfego próximo a uma área de pesca colaborativa podem ser diversos e
impactantes. Aqui estão alguns possíveis impactos:
ü Perturbação
do Ambiente Marinho: O tráfego intenso pode causar perturbações
no ambiente marinho, incluindo ruído e vibrações que podem afetar o
comportamento dos peixes e outros animais marinhos. Isso pode levar a mudanças
nos padrões de migração, alimentação e reprodução, o que pode ter um impacto
negativo na população de peixes.
ü Poluição: O
tráfego intenso pode levar à poluição do ambiente marinho. Isso pode incluir
poluição do ar de gases de escape, poluição da água de derramamentos de óleo e
resíduos, e poluição sonora do ruído do tráfego. A poluição pode ter um impacto
negativo na qualidade da água, o que pode afetar a saúde dos peixes e outros
animais marinhos.
ü Destruição
do Habitat: O tráfego intenso pode levar à destruição do habitat marinho.
Isso pode ocorrer através da construção de infraestruturas de transporte, como
portos e estradas, que podem destruir habitats costeiros importantes. A
destruição do habitat pode levar à perda de biodiversidade e à diminuição das
populações de peixes.
ü Sobrepesca: O
aumento do acesso a áreas de pesca através do tráfego intenso pode levar à
sobre-pesca. A sobre-pesca ocorre quando os peixes são capturados a uma taxa mais
rápida do que podem se reproduzir, o que pode levar ao esgotamento das
populações de peixes.
ü Impacto
nas Comunidades Locais: As comunidades locais que dependem da pesca
para seu sustento podem ser afetadas negativamente pelo tráfego intenso. Isso
pode levar à perda de acesso a áreas de pesca tradicionais, conflitos sobre
recursos pesqueiros e mudanças no modo de vida tradicional.
POLUIÇÃO
AMBIENTAL PRODUZIDA POR EMBARCAÇÕES
Há muito que se sabe que os
sons subaquáticos são fundamentais para as baleias e os golfinhos se
orientarem, localizarem comida e comunicarem. É por isso que investigadores
como Michel André têm privilegiado, até há pouco tempo, os mamíferos marinhos.
O diretor do Laboratório de Bioacústica
Aplicada na Universidade Politécnica da Catalunha explica que a investigação
efetuada nos últimos 10 anos aumentou consideravelmente a compreensão do
problema:
"Descobrimos que outras
espécies, nomeadamente invertebrados, como os cefalópodes, os crustáceos, as
medusas, os recifes de coral - milhares e milhares de espécies
- estavam a sofrer provavelmente mais do que os cetáceos. E isto mudou
totalmente a forma de abordar os efeitos do ruído no ambiente marinho".
É agora evidente que os
efeitos nocivos da poluição sonora no oceano vão muito para além dos golfinhos
e das baleias e, para resolver eficazmente este problema, é necessária
uma monitorização global contínua do ruído
subaquático.
Com base nos resultados do
projeto de investigação europeu "LIDO" ("Listening to
the Deep-Ocean Environment"), o laboratório de Michel
André instalou uma vasta rede de estações acústicas marinhas.
O ruído gerado pelo homem,
proveniente do transporte marítimo, da construção de parques eólicos, de
operações industriais ou militares, cria um "nevoeiro acústico"
submarino que pode desorientar os animais marinhos.
De acordo o investigador, os
observatórios acústicos autónomos poderiam identificar e alertar as fontes de
ruído, instando-as a manter o silêncio:
"A poluição sonora
ameaça o equilíbrio do oceano e temos de tomar medidas para inverter estes
efeitos negativos que introduzimos sem percebermos que estávamos a contaminar o oceano com sons."
Cientistas
procuram solução para o problema
Mas como reduzir o ruído
quando a navegação global está a aumentar? O rio Elba, que serve o porto de
Hamburgo, na Alemanha, é uma movimentada rota de navegação que passa junto a
bancos de areia onde há uma grande população de focas.
Esta proximidade permite aos
cientistas observar como estes animais reagem ao ruído e sugerir formas para tornar os navios mais silenciosos.
Os animais são sinalizados
com etiquetas eletrônicas que caem passado algum tempo e registam os movimentos
e o nível de ruído à sua volta. Nesta zona do rio, as focas dependem do som
para apanhar as presas porque a visibilidade na água é fraca.
Os dados das etiquetas sugerem que as focas são perturbadas por grandes
navios. O ruído das hélices e dos motores parece interromper a caça e faz com
que mergulhem sem descanso entre o leito do rio e a superfície.
O desafio agora passa por
usar esta informação para tornar os navios mais silenciosos. Joseph Schnitzler,
investigador do Instituto de Investigação da Vida Selvagem Terrestre e
Aquática, sugere que a solução pode passar por "uma mistura de soluções técnicas,
como a alteração do design da hélice” com “alterações
funcionais, como a redução da velocidade dos
navios ou o redirecionamento de uma faixa de navegação".
Os cientistas do projeto europeu SATURN estão a
explorar aspectos biológicos e de engenharia para ajudar a reduzir o ruído,
diminuindo assim um dos muitos impactos humanos nocivos no oceano.
Schnitzler acredita que há
razões para estar otimista:
"Temos aqui a oportunidade de mudar rapidamente, o que não é possível
com a poluição química ou com os detritos de plástico, os microplásticos nos
mares. As soluções estão muito próximas, podemos agarrá-las quase de
imediato".
2.
INDICAÇÃO
DAS PRIMEIRAS MEDIDAS A SEREM ADOTADAS
·
Obter
o reconhecimento pelo IPHAN em ser a pesca colaborativa entre humanos e botos “Patrimônio
Cultural do Brasil”. Este registro é a etapa mais importante e deve ser
acompanhada de um conjunto de ações:
ü Políticas públicas de
apoio a pesca artesanal
ü Educação
ü Conscientização sobre a
implantação da “Pesca Sustentável”
ü Medidas para proteger e
restaurar os ecossistemas aquáticos
·
Urbanização
desordenada
Existem várias maneiras de evitar a urbanização
desordenada:
Além disso, é
importante continuar buscando áreas subutilizadas vizinhas às áreas onde já existe uma intensa urbanização,
para que sejam ocupadas e assim redistribuir áreas que estiverem superpovoadas. Melhorar a malha de transporte público, tornando-a mais
eficiente, principalmente o metrô, também é uma estratégia importante.
REDUÇÃO DO TRÁFEGO JUNTO A ÁREA DE PESCA
COLABORATIVA
Para
reduzir o trânsito junto à área de pesca colaborativa, é preciso considerar
alguns aspectos, como:
ü A importância da pesca
sustentável, que visa deixar peixes suficientes no mar, evitar a sobre-pesca,
respeitar a estrutura e a diversidade dos ecossistemas marinhos e ter uma boa
gestão dos recursos pesqueiros.
ü A necessidade de uma
gestão eficaz da pesca, que envolve o cumprimento das leis locais, nacionais e
internacionais, a adaptação às mudanças ambientais, a fiscalização da atividade
pesqueira e a conscientização da população sobre a preservação dos recursos
naturais.
ü O estudo de mobilidade
urbana pode auxiliar a redução do tráfego junto à área de pesca colaborativa. A
mobilidade urbana é a capacidade de deslocamento das pessoas em uma cidade, por
qualquer meio de transporte, com o objetivo de desenvolver relações sociais e
econômicas, suprir necessidades e garantir direitos. A mobilidade urbana busca
ser sustentável e integrada, facilitando o acesso e a segurança das pessoas e cargas.
ü Um estudo de mobilidade
urbana pode identificar os principais problemas e desafios que afetam a
circulação das pessoas e dos veículos na área de pesca colaborativa, como a
falta de infraestrutura, a baixa qualidade dos transportes públicos, a alta demanda
por frutos do mar, a pesca ilegal, entre outros. A partir disso, o estudo pode
propor soluções que visem melhorar a fluidez do trânsito, reduzir os
congestionamentos, os acidentes e a poluição, além de promover a participação
social e a cidadania dos pescadores e da população em geral.
MONITORAR A QUALIDADE DA ÁGUA
O CECLIMAR (Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos) da
UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) tem a capacidade de monitorar
a qualidade da água. Ele realiza pesquisas em diversas
áreas relacionadas à biologia marinha e costeira, incluindo estudos sobre a
fauna e flora marinha, a ecologia dos ecossistemas costeiros e marinhos, e os
impactos das atividades humanas nesses ecossistemas. Portanto, pode acompanhar o controle da qualidade da água onde
ocorre a pesca colaborativa.
FISCALIZAÇÃO EFICIENTE
A fiscalização da pesca visa coibir infrações ambientais
relacionadas à atividade pesqueira. O Ibama realiza ações de
fiscalização direcionadas à explotação, exploração, cultivo, conservação,
processamento, transporte e comercialização de animais e vegetais hidróbios.
Também são realizadas abordagens às embarcações no mar e no porto verificando
documentação, petrechos e características do pescado. A gestão
da pesca busca a sustentabilidade por meio da
preservação do meio ambiente aquático. Além disso, o ICMBio estabelece
procedimentos para a realização da pesca esportiva em unidades de
conservação federais;
CONTROLE DA POLUIÇÃO SONORA
O
controle da poluição sonora em uma área onde ocorre a pesca colaborativa pode
ser realizado de várias maneiras. Aqui estão algumas possíveis soluções:
ü Uso de Equipamentos Apropriados:
O uso de equipamentos que produzem menos ruído pode ajudar a reduzir a poluição
sonora. Por exemplo, motores de barcos mais silenciosos podem ser usados em
áreas de pesca.
ü Educação e Conscientização: a educação e a conscientização sobre os impactos da poluição sonora na vida
marinha podem incentivar comportamentos mais respeitosos em relação ao
ruído. Isso pode incluir coisas como evitar fazer barulho desnecessário perto
de áreas de pesca.
ü Regulamentação e Fiscalização:
Leis e regulamentos podem ser implementados para limitar a quantidade de ruído
permitido em áreas de pesca. A fiscalização dessas leis é crucial para garantir que sejam seguidas.
Essas são apenas algumas das possíveis
soluções para o controle da poluição sonora em áreas de pesca colaborativa.
EVITAR OS DANOS AMBIENTAIS PRODUZIDOS PELO TRÂNSITO
PESADO
Existem
várias maneiras de minimizar os danos causados pelo tráfego pesado em uma área
de pesca colaborativa. Aqui estão algumas possíveis soluções:
ü Tecnologia de Redução de Ruído: O uso de tecnologias que reduzem o ruído, como pneus silenciosos e
motores elétricos, pode ajudar a minimizar a poluição sonora causada pelo
tráfego pesado.
ü Gestão Baseada em Ecossistemas: A gestão da pesca baseada em
ecossistemas é outro método usado para a conservação dos peixes e remediação
dos impactos. Em vez de focar os esforços de conservação em apenas
uma única espécie de vida marinha, o manejo baseado em ecossistemas é usado em
várias espécies de peixes dentro de um ambiente.
Essas são apenas algumas das possíveis soluções
para minimizar os danos causados pelo tráfego pesado em áreas de pesca colaborativa.
REDUÇÃO
DA POLUIÇÃO AMBIENTAL PRODUZIDA POR EMBARCAÇÕES
Existem várias maneiras de reduzir os impactos
das embarcações na pesca colaborativa:
Essas
medidas podem ajudar a minimizar os impactos negativos das embarcações na pesca
colaborativa.
Algumas das tecnologias que podem contribuir para a redução do ruído das
embarcações são:
Utilização de motores híbridos, que combinam propulsão elétrica e a
combustão, permitindo operar em modo silencioso quando necessário.
Utilização de energia solar em barcos solares, que não emitem ruídos nem
gases poluentes, além de serem sustentáveis e econômicos.
Utilização de sistemas de navegação inteligentes, que podem otimizar as
rotas e velocidades das embarcações, evitando áreas sensíveis ou com maior
presença de vida marinha.
É importante lembrar que a gestão adequada e a fiscalização
são fundamentais para minimizar esses impactos e garantir a sustentabilidade
das práticas de pesca
3.
LINHAS DE AÇÃO DE MÉDIO E LONGO PRAZO
Subsídios
para construção de Plano de Salvaguarda:
A
pesca colaborativa pode ser uma alternativa viável para a efetiva participação
do governo federal, estadual, municipal e usuários da pesca colaborativa.
A pesca colaborativa é uma forma de gestão compartilhada
dos recursos pesqueiros, que envolve a participação de pescadores, comunidades,
organizações, instituições de pesquisa e órgãos públicos na definição de
regras, normas e práticas para o uso sustentável dos recursos. A pesca colaborativa
pode trazer benefícios sociais, econômicos e ambientais, como a melhoria da
qualidade de vida dos pescadores, a geração de renda, a conservação da
biodiversidade e a redução de conflitos.
No
entanto, a pesca colaborativa também enfrenta riscos e ameaças, como a falta
de apoio político e institucional, a resistência de alguns setores da
sociedade, a escassez de recursos financeiros e humanos, a vulnerabilidade às
mudanças climáticas e a pressão da pesca industrial. Para conter esses
riscos e ameaças, é preciso estabelecer linhas de ação a médio e longo prazo,
que envolvam as seguintes etapas:
Planejamento estratégico: consiste em definir a visão, a missão,
os objetivos e as metas da pesca colaborativa, bem como os indicadores de
desempenho e os meios de verificação. O planejamento estratégico deve ser
participativo, envolvendo todos os atores interessados na pesca colaborativa, e
deve ser revisado periodicamente para se adaptar às mudanças do contexto.
Gestão de riscos: consiste em identificar, avaliar, responder e
monitorar os eventos que possam afetar o alcance dos objetivos da pesca
colaborativa. A gestão de riscos deve seguir uma metodologia que contemple as
etapas de análise do ambiente e dos objetivos, identificação dos riscos,
avaliação dos riscos, resposta aos riscos e monitoramento e comunicação. A
gestão de riscos deve ser integrada ao planejamento estratégico e deve contar
com o apoio de ferramentas informatizadas.
Plano de ação: consiste em detalhar as ações necessárias
para executar o planejamento estratégico e gerenciar os riscos da pesca
colaborativa. O plano de ação deve conter os objetivos específicos de cada
ação, os responsáveis pela execução, os recursos necessários, os prazos
estabelecidos, os riscos previstos e as formas de acompanhamento e avaliação. O
plano de ação deve ser flexível e ajustável às demandas emergentes.
Essas
linhas de ação podem contribuir para o fortalecimento da pesca colaborativa
como uma alternativa sustentável para o uso dos recursos pesqueiros.
A pesca
colaborativa enfrenta vários desafios, incluindo:
Esses desafios precisam ser
abordados para garantir a sustentabilidade e o sucesso da pesca colaborativa.
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