PREFEITOS E COMUNIDADES DEVEM SE UNIR NA DEFESA AMBIENTAL


Praia de águas limpas, privilégio de Imbé a ser preservado em todo litoral 


ATHOS STERN

Engenheiro, professor aposentado da Ufrgs

Ex-presidente e consultor da Associação Comunitária de Imbé-Braço Morto 

O centro-sul do Brasil é uma região que abrange os estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. É a mais desenvolvida economicamente, populosa e a segunda maior área de extensão.

O litoral do Rio Grande do Sul tem enfrentado alguns desafios neste verão. Em relação ao porto de Rio Grande, a poluição tem sido um problema recorrente, com esforços contínuos para melhorar a qualidade da água e proteger o meio ambiente

Recentemente, o projeto Balneabilidade 2024-2025 da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) divulgou um boletim indicando que há 10 pontos impróprios para banho ao longo do litoral do Rio Grande do Sul. Esses pontos incluem locais em Viamão, Cidreira, Osório e São Jerônimo. No entanto, o número desses locais diminuiu em comparação ao boletim anterior, que era de 13.

A poluição no porto de Rio Grande tem sido monitorada de perto, com ações para reduzir a contaminação e melhorar a qualidade da água. A FEPAM e outras organizações estão trabalhando para garantir que as praias e balneários sejam seguros para os veranistas

LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

A construção de um porto duas vezes maior do que o do Rio Grande no litoral norte do Rio Grande do Sul certamente terá impactos ambientais importantes. Um estudo de caso sobre o Porto do Rio Grande já apontou grandes impactos ambientais, como derramamentos de óleo e outras substâncias perigosas

Para um porto maior, esses impactos poderiam ser ainda maiores, a menos que medidas rigorosas de gestão ambiental sejam implementadas. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ainda está em andamento e será analisado pelo Ibama. A conclusão do projeto poderia transformar a matriz econômica do estado, mas também traz riscos ambientais que precisam ser cuidadosamente gerenciados.

LITORAL DE SANTA CATARINA

O litoral de Santa Catarina, especialmente cidades como Balneário Camboriú e Camboriú, tem enfrentado desafios significativos este verão. Recentemente, fortes chuvas causaram alagamentos, estragos e desabrigados em várias cidades do litoral, incluindo Balneário Camboriú e Camboriú. A Defesa Civil de Santa Catarina decretou situação de emergência em pelo menos cinco municípios devido aos alagamentos

Além disso, a poluição tem sido um problema constante. Em Balneário Camboriú, por exemplo, a BR-101 ficou alagada e veículos ficaram submersos, o que contribui para a contaminação do solo e da água. A cidade também decretou situação de emergência e montou abrigos emergenciais para atender à população afetada

A situação é bastante preocupante e as autoridades estão trabalhando para restabelecer a normalidade e mitigar os impactos das chuvas e da poluição

Quanto à poluição, a situação também preocupa. A combinação de chuvas fortes e o aumento do turismo durante o veraneio pode levar a um acúmulo de resíduos e poluição nos municípios do litoral. A gestão adequada dos resíduos e a conscientização da população são essenciais para mitigar esses problemas.

LITORAL DE SÃO PAULO

O litoral de São Paulo, especialmente na Baixada Santista, enfrenta desafios significativos com a poluição, especialmente por plásticos. Um estudo recente realizado pela Sea Shepherd Brasil e o Instituto Oceanográfico da USP revelou que cidades como Mongaguá e São Vicente estão entre as mais poluídas do Brasil por micro plásticos e macro resíduos, respectivamente.

O estuário do Porto de Santos também é um dos locais mais contaminados por micro plásticos do mundo, com mexilhões encontrados com mais de 300 partículas de plástico por grama. A poluição é exacerbada pelas descargas de resíduos industriais e domésticos das áreas circundantes

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LITORAL DO RIO DE JANEIRO

O litoral do Rio de Janeiro, incluindo a cidade do Rio de Janeiro, enfrenta desafios com a poluição neste veraneio. O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) divulgou um boletim recente indicando que 26 praias estão impróprias para banho. Entre as praias afetadas estão locais renomados como Leblon, Barra da Tijuca e Grumari. A presença de contaminantes nas águas, como bactérias e vírus, representa um risco à saúde pública

Além disso, o aumento do nível do mar e as mudanças climáticas estão agravando a situação, com erosão costeira e inundações frequentes. A cidade do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), está implementando um sistema de monitoramento para coletar e analisar dados sobre as condições oceânicas, visando desenvolver estratégias mais eficazes para enfrentar esses desafios

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CONCLUSÃO DESTA APRESENTAÇÃO DE REGISTROS DA BALNEABILIDADE EM DIVERSOS ESTADOS DO BRASIL

Felizes somos nós, cidadãos do litoral norte do Rio Grande do Sul, por desfrutarmos atualmente de uma excelente balneabilidade em nossas praias. No entanto, os prognósticos indicam que essa realidade pode mudar drasticamente se não tomarmos medidas urgentes em defesa do nosso litoral. A união da comunidade é uma força poderosa para promover mudanças positivas e garantir que o meio ambiente seja preservado para as futuras gerações.

É imperativo que nos mobilizamos coletivamente para preservar a qualidade de nossas águas e a saúde de nossos ecossistemas. Iniciativas como campanhas de conscientização, ações de limpeza, e políticas públicas de sustentabilidade são essenciais para manter a balneabilidade em níveis ideais. Além disso, a participação ativa de todos os setores da sociedade – governos, empresas e cidadãos – é fundamental para a proteção do meio ambiente.

O futuro da balneabilidade de nosso litoral depende de nossas ações hoje. Devemos valorizar e proteger os recursos naturais que nos são concedidos, garantindo assim que as próximas gerações possam desfrutar das mesmas belezas e benefícios que temos atualmente

Recomendações para um prefeito e seus vereadores conduzirem o município de forma equilibrada entre desenvolvimento e preservação ambiental, algumas ações são essenciais:

1.    Planejamento Urbano Sustentável: Implementar um plano diretor que considere o crescimento ordenado da cidade, preservando áreas verdes e recursos naturais. Isso inclui a criação de parques, zonas de proteção ambiental e corredores ecológicos.

2.    Educação Ambiental: Promover campanhas de conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente. Isso pode ser feito através de escolas, eventos comunitários e mídias sociais.

3.    Incentivos para Práticas Sustentáveis: Oferecer benefícios fiscais e outros incentivos para empresas e cidadãos que adotem práticas sustentáveis, como o uso de energia renovável, reciclagem e construções ecológicas.

4.    Legislação e Fiscalização: Criar e aplicar leis ambientais rigorosas para proteger o meio ambiente. Isso inclui a fiscalização de atividades industriais e comerciais que possam causar danos ambientais.

5.    Parcerias e Colaborações: Trabalhar em conjunto com ONGs, universidades e outras instituições para desenvolver projetos de preservação ambiental e sustentabilidade.

6.    Transparência e Participação Popular: Manter a população informada sobre as ações do governo e incentivar a participação cidadã nas decisões relacionadas ao desenvolvimento e meio ambiente.

Ao seguir essas diretrizes, um prefeito e seus vereadores podem garantir que o progresso do município seja sustentável e benéfico para todos, sem comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das futuras gerações.

E se um prefeito e seus vereadores agirem de forma contrária aos princípios de desenvolvimento sustentável e de preservação ambiental, a população e as entidades de proteção ambiental devem agir para reverter essa situação.

Aqui estão algumas sugestões:

1.    Mobilização Popular: Organize manifestações, petições e campanhas de conscientização para pressionar as autoridades a adotarem políticas sustentáveis.

2.    Ação Jurídica: Envolve advogados e organizações de proteção ambiental para buscar meios legais de impedir ações que prejudiquem o meio ambiente.

3.    Fiscalização e Denúncia: Utilize canais de denúncia para reportar irregularidades e práticas ilegais que causem danos ambientais. Isso inclui denúncias a órgãos como IBAMA, Ministério Público e outras entidades competentes.

4.    Participação em Conselhos Municipais: Encoraje a participação da comunidade nos conselhos municipais de meio ambiente para influenciar diretamente as políticas públicas.

5.    Parcerias com ONGs e Instituições de Pesquisa: Trabalhe junto com organizações não governamentais e instituições de pesquisa para desenvolver projetos de preservação e buscar alternativas sustentáveis.

6.    Educação e Conscientização: Continue a educar a população sobre a importância da preservação ambiental, pois um público bem informado pode exercer maior pressão sobre os governantes.

7.    Cobertura e Pressão da Mídia: Utilize a mídia local e nacional para expor as ações prejudiciais ao meio ambiente e aumentar a pressão pública sobre os responsáveis.

Lembre-se, a união da comunidade é uma força poderosa para promover mudanças positivas e garantir que o meio ambiente seja preservado para as futuras gerações.

 

 

 

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