UM PROJETO DE DRENAGEM EXECUTADO POR AMADORES
AUSÊNCIA DE CONHECIMENTOS TÉCNICOS NO PROJETO DE MACRODRENAGEM DE SUBSTITUIÇÃO DE VALAS DE DRENAGEM POR TUBOS DE CONCRETO PELA PREFEITURA DE IMBÉ
Dinheiro público enterrado nas ruas do centro do Imbé: é preciso parar as obras já!
ATHOS STERN
Engenheiro, professor aposentado da UFRGS,
ex-presidente e consultor da Associação Comunitária de Imbé-Braço Morto
A Prefeitura Municipal de Imbé está substituindo valas de drenagem existentes há mais de 50 anos por tubulação de concreto de 1,00m de diâmetro, sem apresentar um projeto de macrodrenagem que envolva todas as avenidas e suas diversas bacias hidrográficas interligadas. Esse tipo de projeto demanda um planejamento abrangente e detalhado, dado o seu grande porte.
Trata-se de um projeto inédito da Prefeitura de Imbé, que não segue os parâmetros normais e desconsidera os estudos necessários para um projeto de grande porte de um sistema de esgotos pluviais em uma grande área, frequentemente submetida a grandes alagamentos.
A falta de um planejamento adequado pode agravar os problemas de alagamento, uma vez que a infraestrutura existente não foi projetada para lidar com as demandas de drenagem moderna. É essencial que a prefeitura desenvolva um projeto de macrodrenagem detalhado, considerando os impactos ambientais e a interligação das bacias hidrográficas, para garantir a eficiência e a sustentabilidade das novas instalações de drenagem.
Em decorrência da Associação Comunitária de Imbé Braço Morto exercer desde 09/02/1985 suas finalidades de proteção ao meio ambiente, a Lei nº 7.347/1985 disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Para a Associação Comunitária de Imbé Braço Morto (ACIBM), isso significa que a associação deve propor ações civis públicas para proteger o meio ambiente e defender os interesses da comunidade.
CONSEQUÊNCIAS DE CONSIDERAR AS BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO DE PEQUENO PORTE
A equipe técnica da Prefeitura Municipal de Imbé considera os alagamentos nas avenidas das fotos como de pequeno porte. Essas avenidas possuem quilômetros de extensão e estão interligadas por outras bacias hidrográficas de avenidas como Não-Me-Toque, Carazinho, Caxias do Sul, São Luiz, Frederico Westphalen, Garibaldi, Nova Petrópolis e Santa Rosa. Vejam o absurdo: as fotos mostram avenidas totalmente alagadas do início ao fim:
Av. São Miguel 100% alagada
Av. Garibaldi 100% alagada
2.
Trata-se claramente de um projeto de grande porte, sendo incorretamente considerado de pequeno porte pela prefeitura. Isso ignora as interligações das diferentes bacias hidrográficas, que há mais de 50 anos são servidas por valas de drenagem. Essas valas estão sendo substituídas por tubulações de concreto sem uma justificativa técnica válida. Além disso, essas tubulações estão sendo instaladas abaixo do nível do lençol freático, funcionando como vasos comunicantes em vez de um sistema de drenagem pluvial eficiente.
POR QUE NÃO ADOTARAM VALAS VERDES?
Ao analisar as ações que a Prefeitura Municipal de Imbé vem realizando, observou-se a existência de outras ações com o objetivo de controlar as inundações através de soluções paisagísticas, estéticas e recreativas. Essas ações transformam as áreas de controle de inundações em pontos nobres da cidade, inclusive com valorização imobiliária do entorno. Mais informações podem ser encontradas no link: https://acimbe.blogspot.com/
Transformar vala de drenagem em Vala Verde é suficiente regularizar e enleivar.
O link https://acimbe.blogspot.com/
CONSEQUÊNCIAS DA SUBSTITUIÇÃO INACEITÁVEL DE VALAS DE DRENAGEM POR TUBULAÇÃO DE CONCRETO DE 1,00M DE DIÂMETRO, INSTALADOS ABAIXO DO NÍVEL DO LENÇOL FREÁTICO NA AV. FREDERICO WESTPHALEN
· As tubulações de concreto de 1,00m de diâmetro instalados abaixo do nível do lençol freático, agora tem outra finalidade, além de vasos comunicantes, estão funcionando como drenos profundos. As fotos mostram as erosões da drenagem, carreando a areia fina para dentro das caixas de inspeção e para dentro das tubulações mal rejuntadas:
Infiltrações nas juntas da tubulação
Assoreamento das tubulações em 40%
As fotos comprovam a inexistência de fiscalização por parte da prefeitura.
· A substituição de valas de drenagem por tubulações se avizinha da área mais nobre e paisagística da região: Alameda Frederico Westphalen
Depositando tubos de 1,00m no final da Av. Frederico Westphalen e início da Alameda
Resumo das Necessidades de Comprovação pela Prefeitura de Imbé
Continua o questionamento sobre o projeto de macrodrenagem das bacias hidrográficas de diferentes avenidas de Imbé. Essas avenidas se comunicavam através de valas de drenagem pluvial, que, sem nenhuma comprovação técnica, estão sendo substituídas por tubulações de concreto de 1,00m de diâmetro, instaladas abaixo do lençol freático.
Há uma total ausência de documentação que justifique esta situação absurda. O projeto de macrodrenagem foi solicitado há 12 meses pela ACIBM.
A Associação Comunitária de Imbé Braço Morto (ACIBM) protocolou na Prefeitura Municipal de Imbé, no dia 05/12/2023, um pedido de informações sobre as obras de canalização que estão sendo realizadas na área central da cidade, dirigido ao Sr. Prefeito de Imbé, Luis Henrique Vedovato.
Relação dos Itens que Não Foram Atendidos pela Solicitação da ACIBM:
1. Trata-se de um projeto e construção de um sistema de esgotos pluviais de grande porte.
2. Necessidade de elaboração de Estudos de Impacto Ambiental.
3. Por que colocar a tubulação abaixo do nível do lençol freático?
4. Como desassorear as tubulações e caixas de inspeção?
5. Quais os custos de desassoreamento das tubulações e caixas de inspeção?
6. Qual será a técnica adotada no desassoreamento?
7. Por que as tampas das caixas de inspeção são irremovíveis e construídas solidárias às alvenarias?
8. Por que as tampas das caixas de inspeção são desnecessariamente e excessivamente grandes e sem acesso para a devida inspeção e eventual limpeza?
9. Como serão realizadas as limpezas das caixas de inspeção?
10. Como serão erguidas as tampas de inspeção de grandes dimensões?
11. Por que não utilizar canais abertos ou eventualmente capeados com placas de concreto pré-moldados, se for necessário, como a cidade de Rio Grande?
12. Levantamento topográfico das bacias.
13. Estudo do lençol freático.
14. Estudo do solo.
15. Como o projeto de macrodrenagem envolve várias bacias hidrográficas de diversas avenidas e há conexões entre as tubulações dessas avenidas, quais são os dimensionamentos para que todas as tubulações das diferentes bacias tenham o mesmo diâmetro de 1,00m?
16. Qual a justificativa técnica para que todas as tubulações estejam abaixo do nível do lençol freático?
17. Capacidade de drenagem.
18. Variação de fluxo das diferentes bacias.
19. Flexibilidade e expansão.
20. Dimensionamento adequado.
21. Soluções variadas.
22. Elaboração do projeto.
23. Investimento Financeiro
24. Tempo de Execução
25. Redução de Enchentes
26. Benefícios para a Comunidade
27. Escolha da solução.
28. Execução do projeto.
29. Manutenção.
30. Dada a pequena declividade das tubulações, qual a justificativa para que não ocorra a deposição de areia e outros materiais, causando obstrução e representando altos custos de manutenção?
31. Como se trata de um projeto de grande porte, descrever os diferentes trechos até desaguar no destino final.
32. O projeto e construção solicitado é do Sistema de Macrodrenagem de Esgotos Pluviais de todas as bacias hidrográficas que estavam conectadas pelas valas de drenagem.
33. Quais os profissionais (com seus respectivos CREAs) envolvidos no projeto e fiscalização?
Conclusão Final:
Valas de drenagem existentes: As valas de drenagem existem há mais de 50 anos sem nenhuma conservação por parte da prefeitura.
· Tubulação pluvial da Av. São Miguel: Concluída há cerca de 2 anos, já se encontra com cerca de 80% de assoreamento.
· Tubulação pluvial da Av. Frederico Westphalen: Em construção, já se encontra com cerca de 40% de assoreamento.
· Caixas de inspeção da Av. São Miguel: Concluídas há 2 anos, já apresentam assoreamento de cerca de 80%.
· Caixas de inspeção da Av. Frederico Westphalen: Em fase de construção, já apresentam assoreamento da ordem de 40%.
· As constatações acima mostram, que valas de drenagem permanecem mais de 50 anos sem os devidos e necessários cuidados de manutenção.
· Enquanto o sistema de drenagem pluvial através de tubulações abaixo do nível do lençol freático já se encontra 80% ineficientes após 2 anos de construção.
Medidas Urgentes:
· Paralisação imediata de obras realizadas sem um projeto de macrodrenagem absolutamente necessário.
· A construção de um Canal Aberto ou uma Vala Verde teria solucionado o problema de drenagem pluvial. Agora a prefeitura se defronta com um problema insolúvel: tubulação e caixas de inspeção instaladas abaixo do lençol freático assoreadas e sem função de drenagem.
A quem cabe a responsabilidade por estas ações desastrosas e de tão alto prejuízo?
Não estou acusando mas somente levantando a suspeita que a verba dessas obras vêm do famigerado orçamento secreto, as quais prescindem de processo licitatório, caso em que a administração escolhe a empreiteira sem transparência, porque a verba, como foi dita, não provém do tesouro da prefeitura. Uma investigação clareará o assunto.
ResponderExcluirPode ser mesmo mas seja como for é escandaloso. Tudo o que está apontado no texto torna imperativo que isso seja estancado imediatamente. Cadê o MP? Tem que haver judicializaçao pra parar isso.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
Excluir