O FUTURO DE IMBÉ E TRAMANDAÍ DIANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 

Athos Stern

Engenheiro, professor aposentado da Ufrgs, ex-presidente e consultor da 

Associação Comunitária de Imbé - Braço Morto


Em diversas regiões litorâneas do Brasil e do mundo, a elevação das marés — intensificada pelas mudanças climáticas — já vem provocando sérios processos de erosão costeira, destruição de moradias, perda de áreas de lazer e ameaça à infraestrutura urbana. As projeções científicas mais recentes são unânimes em apontar que esse quadro tende a se agravar nas próximas décadas, trazendo riscos cada vez maiores às populações costeiras.

 O caso de São João da Barra, no litoral do Rio de Janeiro, serve como um alerta contundente. Ali, a força do mar já impôs recuos forçados da linha de costa, com danos ambientais, sociais e econômicos significativos. Esse cenário não é distante: pode se repetir em Imbé e Tramandaí se os prefeitos, gestores públicos e a própria comunidade não assumirem desde já uma postura de consciência, planejamento e mobilização.


Capítulo 1 – O mar está subindo: São João da Barra x Imbé e Tramandaí

  • São João da Barra (RJ): estudos do IPCC indicam que até 55% do 5º Distrito pode ficar submerso com a elevação do nível do mar. O Porto do Açu pode perder até 60% de sua área.
  • Imbé e Tramandaí (RS): localizadas em planície costeira, já apresentam sinais de erosão das praias e áreas baixas que sofrem com alagamentos. A elevação do mar ameaça salinizar os aquíferos e ampliar a erosão.
     Paralelo: O que já aconteceu em Atafona (distrito de São João da Barra), onde o mar destruiu casas e ruas, pode se repetir em nossas praias.

Capítulo 2 – Chuvas intensas e enchentes: o que já acontece

SÃO JOÃO DA BARRA

  • São João da Barra (RJ): em 2024, um temporal trouxe 260 mm de chuva em um único fim de semana, levando à decretação de emergência.




  • Alagamentos em São João da Barra (RJ) como em Imbé e Tramandaí








Avanço do mar em São João da Barra (RJ), como ocorrerá em Imbé e Tramandaí


IMBÉ E TRAMANDAÍ

  • Imbé: os sistemas de drenagem foram mal substituídos, com tubulações estreitas abaixo do lençol freático, incapazes de escoar grandes volumes. Isso aumenta o risco de alagamentos urbanos crônicos.
     Paralelo: O despreparo para enfrentar chuvas fortes agrava os desastres tanto no Sudeste quanto no Sul.

ALAGAMENTOS EM TRAMANDAÍ









Capítulo 3 – Ventos fortes, ressacas e destruição costeira

  • São João da Barra (RJ): ressacas com ondas de até 3 metros já destruíram parte da costa.
  • Imbé e Tramandaí (RS): a cada frente fria, ondas e ressacas avançam sobre a faixa de areia, derrubando estruturas e acelerando a perda de dunas.
    Paralelo: O mar avança quando destruímos nossas barreiras naturais. A restinga e as dunas são os “escudos” que já estamos perdendo.

  • ALAGAMENTOS EM IMBÉ


  • Av. São Miguel Norte

  • Intersecão com av. Garibaldi





  • Av. São Miguel sul






Capítulo 4 – Ecossistemas degradados = maior vulnerabilidade

  • São João da Barra (RJ): restinga e Mata Atlântica foram devastadas, reduzindo a resiliência natural.
  • Imbé e Tramandaí (RS): a duplicação da Avenida Nilza Costa Godoy em APP, a ocupação irregular das margens do Rio Tramandaí e a remoção de dunas retiram a proteção natural contra enchentes e ressacas.
    Paralelo: Quanto mais degradamos nossas áreas de preservação, mais expostos ficamos aos desastres climáticos.

Capítulo 5 – O alerta: será que repetiremos os mesmos erros?

  • São João da Barra (RJ): viu o mar engolir ruas inteiras em Atafona, a economia local sofrer com enchentes e a população perder seu patrimônio.
  • Imbé e Tramandaí (RS): insistem em obras mal planejadas — pontes estaiadas na foz do rio, drenagem enterrada abaixo do lençol freático, duplicação de avenida em APP.
  • Assistam os link’s para ver o que já ocorre no Litoral Norte:

https://www.facebook.com/share/r/16nUSha9V3/

https://www.facebook.com/share/r/19FJV2fWfx/


Paralelo: A pergunta que devemos fazer é clara:
Será que Imbé e Tramandaí querem esperar o desastre para agir, ou aprenderão com os erros de São João da Barra?


Chamado à comunidade

A ACIBM defende que só com planejamento urbano responsável, respeito às áreas de preservação e participação comunitária será possível enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

A infraestrutura pública costeira deve ser projetada para durar décadas ou séculos — não para se tornar obsoleta por omissão técnica diante de riscos amplamente conhecidos.

Conclusão: A HISTÓRIA NÃO PERDOARÁ A NEGLIGÊNCIA DOS PREFEITOS DE IMBÉ E TRAMANDAÍ!

Esta série é um convite à reflexão:

O FUTURO DE IMBÉ E TRAMANDAÍ DEPENDE DAS ESCOLHAS QUE FAZEMOS HOJE.







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

OS PERIGOS DE UM PORTO EM ARROIO DO SAL

PROJETO DA CORSAN NO LIMITE DA ILEGALIDADE

UM PROJETO DE MACRODRENAGEM EXECUTADO POR AMADORES OU INEXISTENTE