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Mostrando postagens de setembro, 2025

O CEMITÉRIO DE NAVIOS E O PORTO DE ARROIO DO SAL: UM ALERTA IGNORADO

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Há 49 anos anos o navio cargueiro Altair encalhou junto à praia do Cassino, em Rio Grande ATHOS STERN Engenheiro, professor aposentado da Ufrgs Consultor da Associação Comunitária de Imbé Braço-Morto 1. O litoral mais perigoso do Brasil O litoral do Rio Grande do Sul é conhecido como o  “Cemitério de Navios” . Essa fama não é exagero: A combinação de  correntes marítimas fortes, bancos de areia móveis, mar aberto sem proteção natural e tempestades frequentes  fez com que dezenas de embarcações naufragassem na região ao longo dos séculos. Torres, Tramandaí, Imbé e até a costa de Mostardas guardam relatos de encalhes e naufrágios, confirmando a instabilidade dessa faixa do Atlântico Sul. Essa realidade histórica é um  alerta natural : a costa gaúcha é  hostil a operações marítimas de grande porte . 2. Lições do Porto de Rio Grande Mesmo sendo o porto mais consolidado do Estado, com canal de acesso dragado e alguma proteção, o  Porto de Rio Grande  enfren...

OBRA SEM LICENÇA AMBIENTAL AMEAÇA DUNAS DE IMARA, EM IMBÉ

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  Cadê a duna que estava aqui?  A estrada do Mar, que liga Osório a Torrs, foi uma excelente alternativa para moradores e veranistas das cidades do Litoral Norte. Mas ela foi planejada para o tráfego de veículos leves. Caminhos e ônibus continuaram a usar a BR 101,  a avenida Paraguassu e a Interpraias.  De Imbé a Atlântida Sul a única alternativa para veículos pesados era uma estradada que margeava a praia e frequentemente era invadida pela areia. Sem conservação (era para ser estadual), acabou tragada pela areia. A prefeitura de Imbé decidiu solucionar o problema com a continuação da avenida Paraguassu, de Santa Teresinha a Atlântida Sul. Só que é necessário tirar as dunas de Imara, as últimas que ainda restam na região.   É uma Área de Preservação Permanente, e qualquer intervenção deste tipo teria que passar por análise de impacto ambiental.  O Movimento de Defesa do Litoral Norte e a Associação Comunitária de Imbé - Braço Morto defendem o Licencia...

A LUTA DO LITORAL NORTE CONTRA UM DESASTRE AMBIENTAL

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  ATHOS STERN Engenheiro, professor aposentado da Ufrgs Consultor da Associação Comunitária de Imbé - Braço Morto A população do Litoral Norte do Rio Grande do Sul mobiliza-se para   impedir um desastre ambiental sem precedentes   no   Estuário do Rio Tramandaí e no sistema lagunar costeiro , patrimônio nacional protegido pelo   art. 225, §4º da Constituição Federal . Principais pontos de preocupação Lançamento de efluentes parcialmente tratados  pela CORSAN/AEGEA, oriundos de Capão da Canoa e Xangri-Lá, por meio de um emissário de 21 km, contendo substâncias danosas como fósforo, nitrogênio, resíduos químicos, vírus, bactérias, hormônios, antibióticos e microplásticos. Risco elevado de eutrofização : excesso de nutrientes pode gerar florações tóxicas de cianobactérias, como já ocorreu na Lagoa dos Barros (ETE de Osório), provocando mortandade de peixes e comprometendo a qualidade da água. Contaminação microbiológica : organismos resistentes ao tratamento a...

EDIFÍCIO EM APP E DUPLICAÇÃO DE AVENIDA CONTESTADOS NO MP

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  Em fevereiro de 2020, moradores e veranistas protestaram contra a construção de um edifício de 15 andares em Área de Preservação Permanente (APP) O engenheiro e professor aposentado da Ufgrs Athos Stern enviou representação por danos ambientais e urbanísticos ao Ministério Público de Tramandaí, solicitando a verificação da legalidade de duas obras localizadas em Área de Preservação Permanente (APP) não consolidada. Se o MP confirmar a ilegalidade, pede a demolição do edifício de 15 andares localizado na avenida Nilza Godoy e paralização da duplicação da avenida, que se encontra em obras. Stern, ex-presidente e consultor da Associação Comunitária de Imbé-Braço Morto, argumenta, na petição: "   Foi autorizado e iniciado empreendimento imobiliário de  15 pavimentos  em área contígua ao  Rio Tramandaí , que é classificada como  Área de Preservação Permanente (APP)  pelo  art. 4º, inciso I, do Código Florestal  e pela  Resolução CONAMA nº 3...

PORTO DE ARROIO DO SAL: SOLUÇÃO OU DESASTRE ANUNCIADO?

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À primeira vista, construir um terminal marítimo no litoral norte do Rio Grande do Sul parece uma ideia genial: para embarcar as cargas basta descer a Rota do Sol até  Arroio do Sal,  centenas de quilômetros mais próximo que Rio Grande.  Empresários dos municípios da Serra, entusiasmados com a economia que farão para exportar seus produtos, e os políticos, de olho nos ganhos eleitorais, estão, até agora, cegos para as consequências ambientais e sociais que a obra causará. O estudo abaixo, meticuloso e essencialmente técnico, é uma ferramenta valiosa para que  se possa avaliar com clareza os vários aspectos de uma obra tão complexa. RELATÓRIO CRÍTICO SOBRE O EIA/RIMA DO TERMINAL PORTUÁRIO MERIDIONAL – ARROIO DO SAL/RS ATHOS  STERN Engenheiro, professor aposentado da Ufrgs Ex-presidente e consultor da Associação Comunitária de Imbé - Braço Morto. Introdução O presente parecer técnico tem como objetivo avaliar, sob a ótica ambiental, social e econômica, a proposta ...